Sentir. Experimentar ate encontrar a desconstruçao e se remontar com peças puras. O coraçao ainda acelerado e lembranças que quase nao sao minhas, mas sao. As sementes de argyreia, tao pequenas, e eu gritando no meio de um sonho. No inicio o enjoo depois cores e texturas acentuadas e pronto. Havia escolhido o local perfeito no clima ideal, sem estranhos por perto e toda a liberdade para poder me jogar no que viesse. Urubus ou gaivotas eram harpias e cavalos ou bois poderiam ser tanto dragoes como unicornios. A sensaçao de deslumbre deslocada para onde eu quisesse porque eu programava e vivia o que teria peso para mim. Diferente de outras drogas o lsa fez com que eu nao me importasse com riscos ou com o que quer que seja porque nao se deve temer um sonho como aquele. Um amigo foi de segurança. O ideal depende da precauçao quando se trata de substancias especiais. So crianças e idiotas nao se previnem para uma trip. Nada mais era o mesmo, principalmente eu, ou talvez aquele fosse o meu eu sem camadas de proteçao. Provavelmente. O tempo nao fazia sentido. Marroquino estava chegando e iriamos de la pra praia. Eu ficaria onde estava ate o fim de eras. Eu vivia eras e sobrecargas do agora, do presente em inundaçoes continuas. No carro escolhiam uma musica e um canto, um mantra e eu disse numa voz perdida: ISSO! Fui conduzido pela voz e a voz me conduzia porque o som era solido e eu deslizava por ele. A cor o e o descontrole absoluto. A razao se foi. Azeredo me levou ate seu apartamento para pegarmos nossas coisas e enquanto esperava por ele outros mantras saiam da minha boca. Eu nao conseguia parar. Enquanto cantava as vibraçoes da minha voz me lançavam em outro tunel e esse tunel era a sintonia fina de tudo ao meu redor. O coraçao batia querendo sair do peito e naquele ponto a morte nao era mais sinonimo de medo.
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