sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Isqueiro, Chama, Fumaça E A Montanha Russa.

Escolhi uma musica com mais de vinte minutos do Celldweller, apaguei a luz, joguei uma camisa suja sobre o monitor do laptop, tirei a roupa e me deitei na cama de casal cheia de molas soltas. Um freebase talvez foda talvez lixo. Fiz esse pipe juntando o corpo de uma seringa de 60ml  num tubo de caneta para retro projetor e o bowl perfeito de um micro bong quebrado. Feio mas incrivelmente funcional. Isqueiro, chama, fumaça e bungee jump. Como posso ter tragado tao pouco e ser atirado pra tao alto? A quantidade de DMT devia ser enorme. O corpo desaparece e as linhas vetoriais cobrem o horizonte. Linhas vermelhas. Sempre as linhas vermelhas antes das formas, das cores, da vibraçao festiva e suavemente aleatoria, antes das presenças. Uma feminina e dois caras me chamando pra festa. Sabe solidao? Ela nao existe no DMT. Nenhuma outra substancia que eu ja tenha usado consegue criar amigos imaginarios. DMT é unico. Eles estao la e estao com voce. Abro os olhos e na penumbra vejo conexoes entre minhas maos e o ar. Circuitos flutuantes. A realidade tem espasmos mas sem dor. Me sinto feliz e quero compartilhar. Pego o celular e tento ligar pra Michele. A tela iluminada do celular é hipnotica. Suas luzes dançam e sou seu espectador. Espero um pouco pra viver esses segundos. Chamo e ela atende mas quase nao consegue falar porque tenho que contar, sou o narrador de uma viagem em andamento invadido por psicodelia cyberpunk. Ela ri e aprecia. Trago de novo e tusso de leve. Nao sei onde estou. Sou a comida nao digerida no estomago de um verme de areia e perdi o controle. Rolando numa cama gigantesca, uma cama de ondas e tempestades e os raios nao iluminam o caminho. Penso no clonazepan na estante mas distancias enquadradas no paradoxo de Zenao me retardam. É DMT cara, vai passar rapido mas numa montanha russa o tempo é outro. Respiro, aprecio e tento gravar o que posso. Nao quero perder nada porque sei que algo fantastico esta acontecendo. A velocidade diminui. As conexoes aparecem mais uma vez e estou feliz. Absurda e infantilmente feliz. Quero testar minha percepçao e boto um porno. Estou num cinema sujo e nada é mais o mesmo. É melhor.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Amigos Sem Beneficios.

Fui la pra ver uns filmes com ela. Filmes e maconha sobre a proposta de que nao fariamos sexo. Programa de amigos sem beneficios. Fumou e eu tambem. Ligou a T.V e pos o DVD. Primeiros segundos do filme e eu ja tinha certeza de que seria impossivel prestar atençao. Por que me focar num filme quando eu tinha uma bunda por perto pra agarrar e meter? Nao fazia sentido. Praticamente tudo o que os maconheiros fazem nao tem sentido pra mim. Fui pra cima e queria lamber uns peitos. Ela disse nao. Disse nao so de birra pra mostrar que tinha controle mas nao sabia o quanto eu ficaria puto por ser contrariado chapado. Me fechei pra curtir minha vibe e pensar. Tempo corre e quero o troco. A menina perguta se aguento um filme agora. Eu tinha levado o Sexo Na Planicie 2. Bora ver? Topou. Cena 1: Eu fodendo a amante do vereador. A marrenta se contorce ao meu lado. Eu ali comendo a ruiva na tela e sentado na mesma cama. Digo pra ela: to excitado, vou me masturbar. Ela se agita. Pau pra fora e caio tocando. A agonia dela era evidente e divertida. Quer me chupar? Se segurou um pouco. Bem pouco e botou dentro da boca. Menos de vinte segundos me chupando e faço a parar. De boa pra mim eu disse. Me chama baixo de filho da puta e o filme continua assim como continuo com o pau na mao. Punheta. Ela geme. Raiva e tesao. Poe o dedo entre as pernas vai enfiando. Ta perdendo o controle. Repito sequencias de excitaçao e negaçao. Ela vai pro quarto e encosto por tras com ele duro. Ralo ate ela querer dentro. Coloco e fodo. Fodo so pra atiçar e tiro. Fumamos mais, deitamos e metemos mais. Nunca o suficiente. Me chupa e gozo na sua boca. Eu gozo e voce me satisfaz. Essa foi a regra daquela noite.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sopa.

Nao quero mais sentir meu pau, quero fritar meu cerebro. 



*Link para o video gravado nessa noite: https://vimeo.com/87376237




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Drogas, Sexo, Dubstep E A Lua Era Um Poste.

O futuro pertence aos mortos e a noite estava perfeita. Eu so queria ficar nu no meio do nada e sentir uma boca pelo meu corpo enquanto todas as cores e texturas fossem lapidadas no tesao psicodelico do 25c. E essa garota sabe o que faz. Fodemos na cachoeira. Nos masturbamos nas pedras e gozamos na quimica. Me chupava e eu ia metendo meu dedo no seu cu. Dubstep. Mas a vibe certa é mais que sexo. É a lua nos convidando descaradamente pra um menage passando entre os galhos, é uma pele aquecendo a outra na hora do frio ou os dois andando pelados na trilha pra matar a larica. Chapado de NBOME sua porra é um jato surreal e nao da pra conter os gritos. Quem escuta pode pensar que é dor. Talvez seja. Voce so entende a utopia em momentos assim.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Medicine.

Aos quinze anos desci uma ladeira na minha bicicleta. Tinha tirado os freios. Abri a cara numa parede no fim dessa ladeira. E me inclinei pra pegar velocidade. Tava com tedio. Qualquer coisa é melhor que tedio. Se voce nao entende isso entao nunca vou te ver como um igual, por mais bonito, inteligente ou culto que seja. É uma merda quando nao é incrivel. Aí tu me chama pra parar num bar ou assistir um jogo ou perder mais de uma hora e meia pra comer alguem ou curtir um churras com seus amigos bebedores de mijo em lata. O tedio é uma bomba pulsando presa dentro do cranio pedindo agua fria, adrenalina ou outras drogas. Noite de sabado e crianças brincam de carrossel com carros bebados atropelando e atropelando e atropelando fatias gordurosas de tempo porque eles nao conhecem o tedio. Me tranquei no quarto pra fumar meu resto de DMT, voei entre mangás e psicoses niponicas em tons de vermelho, roxo e azul e tanto pra ver num redemoinho de insanidades deliciosas e luzes anti fotofobia. Ali nao existe tedio. Vamos foder e tomar nossos remedios. O amanha é so uma invençao politica.