segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lagartas.

Uma multidao de fantasmas tirando fotos ao lado de estatuas mais reais que ela e eu nao queria estar la. Nao sou anti social, so tenho fobia de idiotas que se movem em grupo. Mais do mesmo em roupas diferentes num espaço que poderia ser melhor aproveitado. Um matadouro de jaquetas de couro preto e cabelos compridos talvez. A mao de Paula segura a minha e pode ser que por isso eu nao tenha explodido. Ela é boa em manter minha desordem atras da fronteira da auto destruiçao. Ela, viagens e boas drogas. Andamos pela orla usando radar pra alguma foda com estranhos agradaveis e so bipam gays em cantos pouco iluminados nas sombras de quiosques com cheiro de mijo. Catadores de lixo genital. Adolescentes apaticos fumando maconha quando deviam estar fodendo e meninas de cabeça leve e bunda pesada distribuindo fantasias quase concretas pra semi estupradores de fim de festa. Esbarramos com Andreia e seus errantes. Mini bong na bolsa de Paula e paramos na areia. Fumo e sinto frio. Eles chapados e sem graça nas suas trips caidas tentando ressuscitar a sensibilidade que cortaram anos atras. Converto frases agressivas em imagens de baloes, pego seus contornos negros e flutuo. Eles se levantam e se despedem. Nao me importo e nao retribuo. Paula me aquece e o THC me distancia. Voltamos pra barraca e boto a mao dela no meu pau. Ela sobe e faz a dança. Seu suor e seguro o gemido quando gozo. Ela acende o narguile e nos deitamos soprando fumaça de maça.

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