sábado, 7 de julho de 2012

Ar.

Eu conversava com Daniel quando ela gritou da escada que pegaria meu dinheiro, me xingou de novo e correu para nosso antigo quarto. Sabia que daria merda. Sempre dava e ela gostava. Pedia desculpa, ficava excitava e ganhava seu sexo. Pedi ajuda ao zelador e fui tentar minimizar a possibilidade deu ser mandado pra cadeia por assassinato. Eu ainda a amava mas naquele momento festejaria sua morte. Estava doente do seu ciume, das suas tentativas de me controlar enquanto se esfregava com as pernas abertas em postes por universitarios e advogados. Pegou minha mochila e berrava que o que eu tinha era dela, que aquele quarto tambem era dela e que eu era o maior filho da puta que havia conhecido. Encontrou a grana numa gaveta. Panico, odio e cegueira. As notas de 50$ em suas maos e os palavroes na sua boca. Os moradores da pensao ouviam e se encolhiam. Vergonha. Ela havia se mudado para o quarto do amante ha uma semana e mesmo assim atirava na minha cara: esse quarto tambem é meu! Meu! Meu! Chega. Segurei seus braços e caimos na cama. Abracei a. Dificil definir aquele momento. Eu nao era um, era a pele na pele pedindo calor e o desprezo que sente quem ve as cenas da traiçao que sofreu serem exibidas num estadio lotado. Ela se debatia sem controle e eu tinha certeza que seria nosso ultimo abraço. Me lembro dos chutes que levei. Me lembro do sangue escorrendo da minha canela que nao queria se defender. Me lembro do alivio que so vem quando voce sai de baixo de toneladas de lama e dias desperdiçados.

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