segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Mescalina.
Quando bem novo eu sonhava com LSD e Mescalina. Hofmann e Huxsley eram as serpentes indicando com flechas de neon as formulas da desobediencia iluminada. Nao importava muito porque eu morava numa toca de coelho cercada por pantanos e cadaveres com odio nas barrigas inchadas. Sair para sufocar e se enterrar em repartiçoes publicas. Troquei minhas medalhas de futebol por cicatrizes morais e socos na boca. Cai e me deitei. Olhei pra cima e senti o medo se afastar da minha cama cercada por lençois e velas, egoismos caridosos e a musica monocordica das helices de plastico. Nao sentia mais o gosto do San Pedro e afundava em espiral pelos olhos da incerteza corrosiva. O monitor ligado e a serpente nua e magnifica, se despindo, mostrando seus seios perfeitos e promessas em pus. Dedos longos e finos liberando gemidos abafados no tambor hipnotico de mentiras certeiras. Sua boceta flutuava sobre meu rosto e em cada poro eu poderia dormir e esquecer. Pacotes de lembranças em detalhes e joias organicas quando tudo era noite. Num filme uma atriz linda sendo penetrada por dois caras igualmente lindos. Uma garota de expressao petrea no facebook e cheiro de cocaina em suas coxas frias. Gelo em minhas maos. Silencio e calma. Naveguei por horas em delirios de carne e esperma.
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