domingo, 8 de setembro de 2013

25C-NBOMe.

25C-NBOMe. Uma Legal High. Artigo para poucos no Brasil e eu ali, com ele nao mao e sem o espaço certo para usa lo. Nos foruns falavam tao bem dele que senti vontade de toma lo no quarto. Nao. Minhas trips nao seriam tao boas se eu nao tivesse controle sobre a minha vontade. As ultimas foram num morro isolado e depois num quarto cercado por velas e lençois. Ia acontecer uma rave na cidade. Rave de gente feia e fotos publicitarias com os idiotas locais segurando copos de cerveja e sorrisos de plastico. Com alguns contatos formei grupinho e fui. Antes de começar tocava funk e algumas vadias mexiam a bunda. Pensei em voltar, mas pra onde naquela cidade sem opçoes faceis? Meus conhecidos chegaram e disseram que melhoraria. Ato de fe ou desespero. Entramos.  Pegaram o espaço grande e sem graça e botaram um palco seco de criatividade. Passei a 25 pra algumas pessoas e so depois tomei o meu quadrado. Amargo pra caralho e depois de um tempo a ponta da lingua ficou dormente. Engoli. Menos de uma hora e os primeiros sopros chegaram inegaveis. Uma garota morena e simpatica dizia: "é o melhor doce que ja provei." Luzes corriam quando eu fechava os olhos e qualquer risada parecia se espalhar por quilometros. Meus olhos vagavam pelas pessoas e cabeças e ombros iluminados deixavam traços no ar. Aos poucos minha mente e meu corpo se esvaziaram e viraram redes pra captaçao da musica que vinha das caixas. Cada batida me atravessava mas um pouco ficava preso como graos numa teia, me preenchendo e aumentando a tensao ate que dançar se tornava obrigatorio em espasmos ritmicos e deliciosos em comunhao com milhares de outros. Entendi o poder que um bom DJ tem naquelas horas de manipulaçao sensual dos egos em transe. Algumas pessoas se aproximavam de mim com evidente desejo por carne e a minha repulsa era incontrolavel e sincera. Eu nao estava la para isso. Vi marombados caçando bocetas infladas pra fodas caninas. Vi um casal se pegando ao meu lado e sem esperar toda aquela libido se prendeu na minha cintura involuntariamente e a permeabilidade daquele momento estava se tornando explicita como uma punheta osmose de um fungo abissal. Meus polegares quase nao saiam dos bolsos e uma quase anã falou algo sobre eu ter acido mas eu nao queria seber de dinheiro ou qualquer ganho que nao fosse a vibe perfeita mas ela tinha uma lata de pepsi e percebi que estava sedento, a lata gelada e umida me chamando, agora entre meus dedos, espirais de pingos dourados flutuando e me seduzindo e aquele liquido num big bang branco e fluorescente criando pontes movediças de alegria de dentro para fora. Fogos de artificio explodiam e me espantavam, eu olhava pra cima e via lacteas de vaga lumes artificias e mudos morrendo pra me entreter sem nenhuma dor. Tambem era uma guerra e a bandeira era a integridade do eu no meio da tempestade dos sem nome etereos e quase todos ululantes. A luz mudou porque a manha foi sorrateira e silenciosa, restos de estrelas quase dormindo e decidi que estava na hora de ir embora. Peguei um taxi e percebi que vivia a manha mais bonita de todas.

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