domingo, 10 de novembro de 2013

Realidades Quimicas.

Marcus fechou os olhos e viu um tunel. Quando eu estava com ele nao havia imagens alem das captadas normalmente. Ficou introspectivo, nao disse quase mais nada e iniciou um programa interno de decodificaçao. Parecia com o meu padrao. Fui embora e as mudanças vieram. Parou pra analisar sua sombra cruzando a piscina vazia e mergulhou em novos padroes pictoricos emocionalmente linkados em sobreposiçoes. A transparencia no meio do turbilhao era o cuspe de Maya. Voltou pro quarto e finalmente entendeu o que eu quero dizer sobre perceber o mundo no formato full HD.  Ge pensou que iria morrer. Seu corpo secava por dentro e por fora e aquelas luzes intensas nao eram normais. Se agarrou em Lucas porque seu melhor amigo era a segurança no pesadelo oscilante e implorou por agua. O que ela via era a sua instabilidade manca e explicita tentando nao cair nas ruas daquela cidade tao indiferente aos seus medos. Luiz aponta para um trol inexistente e ela quase sente a respiraçao sufocada de sua angustia reprimida. Alguns segundos se passam e a garota sorri nervosa dizendo que tudo esta bem. Marroquino me pergunta pela oitava vez sobre o que ela havia acabado de dizer enquanto tenta tirar as cinzas do cigarro que nao acendeu. Serotonina e dissociaçao molhadas em vinho verde. Ele esta feliz. Exclama sobre o absurdo de artificialidades perfeitas e decide se testar na praia. É noite e sabe que nao ira dormir pelas proximas doze horas. Isso nao tem nenhuma importancia. Serao horas agradaveis perdido em si mesmo. Harlem vai entrar em panico. Emoçoes zipadas se descompactando sem controle e tudo sera jogado na pricipal avenida da vila. Esta quase correndo e as pupilas estaladas refletem irrealidades pungentes. Tenta atravessar a rua na frente do primeiro carro mas seguro seu ombro. Fita minha mao numa carranca histrionica e acho que vai me agredir. Tenta atravessar de novo na frente de outro carro e repito o gesto. A expressao ganha definiçao e solta palavras de contorno. Homofobia. Sem outro carro vindo ele cruza a pista e ve em cada bairro dedos manipuladores das pressoes sociais que aguentou por decadas. Quase grita pra grupos de amigos vestidos como mendigos jogados em calçadas e escuta o desespero quando nota que estou fardado como um general nazista incumbido de sodomiza lo e carrega lo pro inferno cristao de seus pais.

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