sexta-feira, 30 de maio de 2014
Quatro Meses.
Todos te avisam sobre os riscos com as drogas mas ninguem tatua na tua cara sobre os perigos de um relacionamento intenso. Paixao e amor podem te degradar o suficiente pra envergonhar crack e heroina. Das substancias que experimentei nenhuma jamais foi tao nociva. Foram quatro meses de exposiçao prolongada e ontem decidi terminar. Doi e trabalha como um machado decepando partes desprotegidas da minha vontade. Me concentrar, comer, malhar ou tomar banho. Nada ta simples. Uma maratona pra concluir o basico e a abstinencia me rasgando pra me vender por outra dose. Lamber o calor daquele quarto e acordar com ela se apoiando no meu peito. Ninguem faz uma campanha contra essa merda. Fazem grandes filmes e peças e gigantescos romances sobre as virtudes da pior das drogas. Talvez o primeiro dia seja o mais duro. Talvez nunca passe de verdade e eu continue numa jangada mal acabada ate ancorar perto de uma nova substancia, num novo vicio palido e insuficiente. Preciso de rivotril. Preciso dormir.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Barba E Algum Vento.
terça-feira, 20 de maio de 2014
Laricas.
Tinhamos pensado em foder na rua. Talvez gravarmos uma sextape para assistirmos depois de algum filme da fraca safra 2013. Tava tenso. Nao por ir trepar na rua porque isso é ate banal mas por lances ainda nao resolvidos espalhados na minha agenda de ansiedades. O haxixe no ziplock gritava pedindo atençao, querendo ser mao gentil fazendo massagem alem do cranio costurando pontos desconexos. Digo pra Renata como gosto do cheiro de hash e a garota ja passa o bong. Ela tambem ta na vontade de trepar mas sabe que preocupado o meu nao aponta pro ceu. Uma parte do laptop sobrava no criado mudo e de la saia a musica. Moondog. Nao sabia que tipo de trip Moondog puxaria so sabia que nao seria o obvio e se foge do obvio ja esta num caminho mais distante do esquecimento . Musicas quebrando germinando imagens nao sao novidades mas era alem. Era fome, uma absurda avidez por sons agradaveis e todos imediatamente convertidos em fluxos coloridos escorrendo daquelas caixinhas minusculas do laptop. Botei minha orelha embaixo e experimentava e sentia as ondas batendo e cobrindo minha nuca. Era a maximizaçao do tesao estetico auditivo. Da mesma forma que a larica tradicional me faz ver universos colidindo e se reformulando quando como chocolate o THC me dava agora essa apreciaçao desregradamente deliciosa com pequenos e profundos toques auriculares. Ouvi tres vezes o CD. Breve intervalo pra rir e beijar. Mais haxixe e foi a vez de T.V On The Radio. Pingos e respingos por nota. A melhor pizza da sua vida. O melhor biscoito barato e as melhores musicas que voce ja escutou mil vezes. A repetiçao do velho melhorado ate a insanidade vazante do que se consegue perceber. Larica. Na lingua, ouvidos, pele, olhos ou cheiros. Cada explosao é larica nao importando o sentido.
domingo, 18 de maio de 2014
Nao É Pra Todos.
Cada palavra vinha direto pro meu rosto, pros meus timpanos e eram algo muito parecido com pequenas abelhas saidas de um vomito seco. A angustia me fazia querer gritar ou atirar em todos no carro. E ele falava e falava e falava e espalhava seu hino anti vibe por quilometros de estrada e memorias recem deformadas. Aumentei a musica do celular mas com o minimo de THC que havia experimentado ele se imaginava a grande enciclopedia das verdades perdidas e da poesia de bar revolucionaria. O inferno vazava da sua boca e eu queimava por proximidade. Quem tem trips escrotas deveria saber guarda las e nao era o caso de Azeredo. Suas desolaçoes amorosas me contaminavam e levantar escudos contra elas me cansava. Luz nos meus olhos. Marroquino desesperado pra foder tinha levado o lixo. Lesbica. Desenterrou uma lesbica que mostrava mais interesse na minha namorada do que em qualquer tentativa de intimidade da parte dele. A lesbica lixo e seu celular conectado iluminando minha fotofobia pos haxixe. Uma garota do povo estupida como o povo mas esperta o suficiente pra notar vantagens na carencia de quem pudesse ser explorado por promessas de boceta lacrada. Uma intrusa com cheiro de cigarro e cerveja molhada em fatos de telejornais incendiarios. Eu precisava respirar, voltar pro apartamento e me isolar com boas musicas e beijos sem pedidos.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Farol.
Hash. Haxixe. Mini bong agua gelada e toda a pele do meu rosto era uma continuaçao da minha lingua. Eu via seu toque com a pele e era refrescante como pastilha de menta. Eu VIA.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Formigas E Nuvens Cinzentas.
Tava tudo revirado. Todos os comodos em cada detalhe. Minhas roupas jogadas e meu taser roubado. Eu havia acabado de chegar e so queria dormir mas fechar os olhos sem saber se vai acordar tomando porrada é foda. O pior é nao saber o motivo daquilo e nao saber o motivo me deixava inseguro. Policiais de merda. Lixo fardado farejando grana facil. Liguei pra advogada gostosa e nao veio nenhuma dica. Nao confie na competencia de advogadas malhadas. Xvideos, punheta e um cochilo. Migalhas pro meu sono. Amanheceu e preparei qualquer merda pra comer. Olhei pela janela e nada e a rua continuava calma. O quarto ao lado ainda nao estava iluminado pelo sol como os outros e o DMT coçava no bolso. Nem havia experimentado esse. Nao sabia se era coisa boa. Nao sabia se as fardas estavam por perto. Fodam se. Fodam se mesmo. Peguei meu travesseiro e joguei no chao sujo e os caes da vizinha latiam. Freebase no bowl com cheiro de alcool. Chama e fumaça de plastico.
Assinar:
Postagens (Atom)