terça-feira, 20 de maio de 2014

Laricas.

Tinhamos pensado em foder na rua. Talvez gravarmos uma sextape para assistirmos depois de algum filme da fraca safra 2013. Tava tenso. Nao por ir trepar na rua porque isso é ate banal mas por lances ainda nao resolvidos espalhados na minha agenda de ansiedades. O haxixe no ziplock gritava pedindo atençao, querendo ser mao gentil fazendo massagem alem do cranio costurando pontos desconexos. Digo pra Renata como gosto do cheiro de hash e a garota ja passa o bong. Ela tambem ta na vontade de trepar mas sabe que preocupado o meu nao aponta pro ceu. Uma parte do laptop sobrava no criado mudo e de la saia a musica. Moondog. Nao sabia que tipo de trip Moondog puxaria so sabia que nao seria o obvio e se foge do obvio ja esta num caminho mais distante do esquecimento . Musicas quebrando germinando imagens nao sao novidades mas era alem. Era fome, uma absurda avidez por sons agradaveis e todos imediatamente convertidos em fluxos coloridos escorrendo daquelas caixinhas minusculas do laptop. Botei minha orelha embaixo e experimentava e sentia as ondas batendo e cobrindo minha nuca. Era a maximizaçao do tesao estetico auditivo. Da mesma forma que a larica tradicional me faz ver universos colidindo e se reformulando quando como chocolate o THC me dava agora essa apreciaçao desregradamente deliciosa com pequenos e profundos toques auriculares. Ouvi tres vezes o CD. Breve intervalo pra rir e beijar. Mais haxixe e foi a vez de T.V On The Radio. Pingos e respingos por nota. A melhor pizza da sua vida. O melhor biscoito barato e as melhores musicas que voce ja escutou mil vezes. A repetiçao do velho melhorado ate a insanidade vazante do que se consegue perceber. Larica. Na lingua, ouvidos, pele, olhos ou cheiros. Cada explosao é larica nao importando o sentido.

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