domingo, 18 de maio de 2014

Nao É Pra Todos.

Cada palavra vinha direto pro meu rosto, pros meus timpanos e eram algo muito parecido com pequenas abelhas saidas de um vomito seco. A angustia me fazia querer gritar ou atirar em todos no carro. E ele falava e falava e falava e espalhava seu hino anti vibe por quilometros de estrada e memorias recem deformadas. Aumentei a musica do celular mas com o minimo de THC que havia experimentado ele se imaginava a grande enciclopedia das verdades perdidas e da poesia de bar revolucionaria. O inferno vazava da sua boca e eu queimava por proximidade. Quem tem trips escrotas deveria saber guarda las e nao era o caso de Azeredo. Suas desolaçoes amorosas me contaminavam e levantar escudos contra elas me cansava. Luz nos meus olhos. Marroquino desesperado pra foder tinha levado o lixo. Lesbica. Desenterrou uma lesbica que mostrava mais interesse na minha namorada do que em qualquer tentativa de intimidade da parte dele. A lesbica lixo e seu celular conectado iluminando minha fotofobia pos haxixe. Uma garota do povo estupida como o povo mas esperta o suficiente pra notar vantagens na carencia de quem pudesse ser explorado por promessas de boceta lacrada. Uma intrusa com cheiro de cigarro e cerveja molhada em fatos de telejornais incendiarios. Eu precisava respirar, voltar pro apartamento e me isolar com boas musicas e beijos sem pedidos.

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