Era a pista mais escura que ja vi. O que movia aquela gente nao era droga, era sexo, e eu era so mais um rato. Meu guia de SP me indicou o lugar. Deveria estar dormindo mas nao podia perder a chance de me consumir mais um pouco, de me sentir ainda mais parte de tudo aquilo que eu gostaria de queimar e enterrar. Havia um cara metendo no outro mecanicamente no palco. O que levava parecia ser bem safado e anestesiado. Burocracia sexual em exbiçao. Havia tambem um casal de lesbicas. A morena eu comeria ali mesmo, no palco, sem a menor vergonha. A loira velha e mascula poderia me assistir com a sua amiga e talvez aprendesse que um pau vai ser sempre um pau e lingua nao mais que uma lingua. Tive um tasao leve como brisa e a minha amiga do dia sentiu isso. A cara dela enquanto escorregava sua mao para dentro da minha calça na frente de tantas pessoas so me animou. Vamos para um hotel? Voce quer? Muito. Fazia tempo que nao beijava tanto. Quero que chegue o dia em q nao sentirei mais nada. Nao vou parar. Nao consigo parar.